Deste lado assisti em direto à Grande cerimónia dos Oscars, a mais estranha e insípida de sempre, tenho a dizer.
Desse lado assistiram em direto? Quais as vossas opiniões?
Fui aqui fazendo a cobertura da gala e deixo agora as opiniões finais, fotografias e o destaque dos piores e melhores momentos.
Da emissão da RTP1 no pré-show a partir do cinema São Jorge com Catarina Furtado, Mário Augusto e outros convidados... bastante áquem o profissionalismo. Sucessivas falhas de som, falta de competência na tradução pela gestora das redes sociais e falta de conhecimento do que se passa em vários momentos por parte dos comentadores... ah e falta, talvez, de imagens da passadeira vermelha..., afinal de contas é suposto ver os Oscars. Durante a gala, foi melhor, comentários mais sucintos e melhor postura.
Mas continuando, em Los Angeles o pré-show está um pouco mais pobre e vazio como seria de esperar devido à pandemia, mas na passadeira vermelha não faltou o glamour, as estrelas e claro os vestidos, e o restante guarda roupa! Dos melhores looks, na minha opinião, destaco em especial Amanda Seyfried com o vestido e look mais digno para o evento. Realço também o look jovial luminoso de Zendaya, elegante de Margot Robbie, arrojado de H.E.R., ousado de Andra Day, um pouco excêntrico de Marlee Matlin, de princesa de Maria Bakalova e o escultural vestido de Viola Davis. Prevaleceram os vermelhos, dourados, prateados, pretos e brancos.
Devido à pandemia, presentes na sala estavam pouco mais do que os nomeados, tendo os residentes de outros países feito ligações em direto a partir de sedes do Reino Unido, Austrália, França, Seul, entre outros.
Passadeira vermelha O início foi promissor com Regina King elegante, a percorrer os corredores da estação até ao palco com um Oscar na mão, que quase terminava em queda... Já o discurso foi bastante longo e monótono com falta de entoação e das usuais piadas provocatórias.
Seguem-se o discurso meio trapalhão e surpreso mas divertido e feliz de Emerald Fennell, vencedora do melhor argumento original e mais à frente o discurso emotivo de Thomas Vinterberg, realizador do vencedor do melhor filme internacional, devido ao falecimento da filha que inspirou este. Ver história Num discurso lindo, profundo e inspirador de Chloé Zhau, vencedora de melhor realizador, diz “Na hora do nascimento somos todos inteiramente bons” apelando à bondade de cada um e à empatia uns pelos outros. A apresentar a melhor curta de animação e o melhor filme de animação, Reese Whitherspon apresenta-se bem-disposta e sorridente. Já Pippa
Ehrlich, ao receber o prémio de melhor documentário, estava visivelmente a sentir-se mal, super transpirada e inquieta provavelmente devido ao nervosismo. Estava a ver quando é que a senhora caía para o lado.
De seguida o discurso divertido, bem humorado e humilde de Youn Yuh-jung, vencedora de melhor atriz secundária e depois a apresentação de melhor montagem, descontraída e também com bastante humor de Harrison
Ford, dois dos poucos momentos em que se ouviu gargalhadas do publico (supostamente espontâneas). Mais à frente foi entregue um prémio especial humanitário ao ator e produtor Tyler Perry que o recebeu com um discurso inspirador sobre a igualdade e um pedido ao mundo que recuse o ódio. Outro momento divertido foi durante um jogo sobre música, senhores e senhoras, o abanar de traseiro em grande estilo de Glenn Close. E não esquecer o discurso a motivar o mundo a ir ao cinema quando possível ver e celebrar, com os seus, os filmes ali apresentados naquela noite, com inesperados uivos no final, de Frances
McDormand ao vencer o melhor filme, Nomadland - Sobreviver na América, o favorito e grande vencedor da noite.
O fim, para admiração de todos, não foi o anuncio do melhor filme mas sim do melhor ator principal cuja estatueta não foi recebida pelo ator nem por um representante acabando a cerimonia de repente com um grande anti climax.
Abertura da cerimónia Regina King Mais umas vez sem anfitrião fixo, as categorias foram apresentados por vários atores. Verificou-se também falta de interação entre vencedores e apresentadores por uma questão de segurança, necessária mas que provocou alguma frieza no ambiente. Os discursos foram uns mais inspiradores e divertidos que outros mas vários falaram do inicio da sua carreira como um encorajamento à realização de sonhos para quem os está a ver.
Ao longo da cerimônia, que afinal apenas se desenrolou na Union Station, estação ferroviária de Los Angeles, vai-se apercebendo que falta algo. Falta o glamour da noite, o grande palco do Dolby Theatre, a sensação de espetáculo, grandiosidade, aquela atmosfera especial a que esta noite de prémios nos habituou e, acho sinceramente que o local e como este estava preparado não ajudou de todo à criação desse ambiente esperado. Foram sem dúvida uns Oscars estranhos e não pelo lado positivo.
Concordo com o comentador da Rtp1 Rui Alves de Sousa, quando este diz que faltou alguma malicia leve em piadas, umas provocações, momentos de comédia, mais tempero, um je ne
sais quoi. Penso que de facto faltou energia, emoção, momentos de tensão, surpresas, as apresentações em vídeo dos candidatos na maioria das categorias e a maior falta, a música, tanto a habitual orquestra que foi substituída pelo Dj Questlove, como as atuações das nomeadas para melhor Música que tiveram lugar no pré-show em vez de no palco principal, tirando a sua magia e impacto e a impossibilidade do publico, pelo menos em Portugal por má decisão da RTP1, de ver em direto.
Foi uma gala aborrecida, meio morna, demasiado formal, com um ambiente esquisito e não necessariamente ou pelo menos completamente devido à pandemia. Claro que a plateia cheia ajuda à atmosfera mas a pandemia não é razão para várias faltas como a música e a diferente ordem do alinhamento que cortou o suspense do final. Entendo que por respeito às vitimas desta fase negra da humanidade, a Academia tenha decidido assim, mas mesmo assim penso haver espaço para uma postura mais leve e bem disposta inclusive para os espetadores também desanuviarem e esquecerem por momentos a pandemia.
Foi muito mais caseira, intimista e minimalista, ambiente que, na minha opinião, a gala dos maiores prémios do cinema não requerem. Claro que o publico teria de diminuir mas a restante grandiosidade em volta deveria permanecer.
Algo desapropriado pareceram-me os comentários pessoais e favorecedores de alguns apresentadores a alguns nomeados antes de anunciarem o vencedor da categoria.
Infelizmente a cerimonia não foi surpreendente ficando mesmo àquem das expetativas. A tendencia de decréscimo das audiências ao longo do tempo deve manter-se, não só pela gala em si mas também devido ao facto de vários filmes ainda não terem estreado em muitos países quebrando o entusiasmo dos espetadores.
"Nomadland - Sobreviver na América" acabou por ser o grande vencedor da noite tendo ganho 3 dos principais prêmios em 6 nomeações num ano em que os prémios foram bastante distribuídos. As plataformas Streaming tiveram grande com muitas nomeações muito devido ao encerramento dos cinemas.
Elenco de Nomadland - Sobreviver na América
Youn Yuh-jung e Leonardo Dicaprio
Os vencedores são:
Melhor argumento original
Emerald Fennell, com “Uma Miúda com Potencial”
Will Berson e Shaka King, com “Judas and the Black Messiah”
Lee Isaac Chung, com “Minari”
Abraham Marder, Darius Marder e Derek Cianfrance, com “Sound of Metal”
Aaron Sorkin, com “Os 7 de Chicago”
Melhor argumento adpatado
Sacha Baron Cohen, Anthony Hines, Dan Swimer, Peter Baynham, Erica Rivinoja, Dan Mazer, Jena Friedman, Lee Kern e Nina Pedrad, por “Borat Subsequent Moviefilm”
Chloé Zhao, por “Nomadland – Sobreviver na América”
Christopher Hampton e Florian Zeller, por “O Pai”
Kemp Powers, por “Uma Noite em Miami…”
Ramin Bahrani, por “O Tigre Branco” Trailer
Melhor filme internacional
“Another Round”, de Thomas Vinterberg (Dinamarca)
“Better Days” (Hong Kong) Trailer
“Collective”, de Alexander Nanau (Roménia) Trailer
“The Man Who Sold His Skin” (Tunísia) Trailer
“Quo Vadis, Aida?”, de Jasmila Žbanić (Bósnia Herzegovina) Deux e de Filippo Meneghetti (França) Trailer
Melhor ator secundário
Daniel Kaluuya, em “Judas and the Black Messiah”
LaKeith Stanfield, em “Judas and the Black Messiah”
Paul Raci, em “Sound of Metal”
Sacha Baron Cohen, em “Os 7 de Chicago”
Leslie Odom Jr., em “Uma Noite em Miami” Trailer
Melhor maquilhagem e cabelos
“Emma” Trailer
“Ma Rainey: A Mãe do Blues”
“Lamento de uma América em Ruínas”
“Pinóquio” Trailer
“Mank”
Melhores figurinos
“Ma Rainey: A Mãe do Blues”
“Mank”
“Emma.”
“Mulan” Trailer
“Pinóquio”
Melhor realizador
Chloé Zhao, com “Nomadland – Sobreviver na América”
David Fincher, com “Mank”
Lee Isaac Chung, com “Minari”
Emerald Fennell, com “Uma Miúda com Potencial”
Thomas Vinterberg, com “Another Round” Trailer
Melhor Som
“Mank”
“Greyhound” Trailer
“Notícias do Mundo”
“Soul – Uma Aventura com Alma” Trailer
“Sound of Metal”
Melhor curta-metragem de imagem real
“The Letter Room” Trailer
“Feeling Through” Trailer
“The Present” Trailer
“Two Distant Strangers” Trailer
“White Eye” Trailer
Melhor curta-metragem de animação
“If Anything Happens I Love You” Trailer
“Yes People” Trailer
“Opera” Trailer
“Burrow” Trailer
“Genius Loci” Trailer
Melhor filme de animação
“Wolfwalkers” Trailer
“Soul – Uma Aventura com Alma”
“Bora Lá” Trailer
“Para Além da Lua” Trailer
“A Ovelha Choné 2” Trailer
Melhor curta-metragem documental
“Colette” Trailer
“A Concerto Is a Conversation” Trailer
“Do Not Split”
“Hunger Ward” Trailer
“A Love Song for Natasha” Trailer
Melhor documentário
“Collective”
“Crip Camp” Trailer
“The Mole Agent” Trailer
“My Octupus Teacher” Trailer
“Time” Trailer
Melhores efeitos visuais
“Love and Monsters” Trailer
“Mulan”
“The One and Only Ivan” Trailer
“Tenet”
“O Céu da Meia-Noite” Trailer
Melhor atriz secundária
Maria Bakalova, em “Borat Subsequent Film” Trailer
Glenn Close, em “Lamento de uma América em Ruínas” Trailer
Olivia Colman, em “O Pai”
Amanda Seyfried, em “Mank”
Youn Yuh-jung, em “Minari”
Melhor design de produção
“O Pai”
“Ma Rainey: A Mãe do Blues”
“Mank”
“Notícias do Mundo”
“Tenet” Trailer
Melhor fotografia
“Os 7 de Chicago”
“Mank”
“Judas and the Black Messiah”
“Notícias do Mundo” Trailer
“Nomadland – Sobreviver na América”
Melhor montagem
“Nomadland – Sobreviver na América”
“Sound of Metal”
“Os 7 de Chicago”
“O Pai”
“Uma Miúda com Potencial”
Melhor banda sonora original
“Da 5 Bloods – Irmãos de Armas” Trailer
“Soul – Uma Aventura com Alma”, Trent Reznor, Atticus Ross e Jon Batiste
“Notícias do Mundo”, James Newton Howard
“Minari”, Emile Mosseri
“Mank”, Trent Reznor e Atticus Ross
Melhor canção original
“Speak Now”, de “Uma Noite em Miami…” Ouve aqui
“Io Si [Seen], de “Uma Vida à Sua Frente” Trailer Ouve aqui
“Husavik (My Hometown)”, de “Festival Eurovisão da Canção: A História dos Fire Saga” Trailer Ouve aqui
“Fight For You”, de “Judas and the Black Messiah” Ouve aqui
“Hear My Voice”, de “Os 7 de Chicago” Ouve aqui
Melhor Filme
“O Pai” Trailer
“Judas and the Black Messiah” Trailer
“Mank” Trailer
“Minari” Trailer
“Uma Miúda Com Potencial” Trailer
“Nomadland – Sobreviver na América” Trailer
“Sound of Metal” Trailer
“Os 7 de Chicago” Trailer
Melhor atriz
Viola Davis, em “Ma Rainey: A Mãe do Blues” Trailer
Andra Day, em “Os Estados Unidos vs. Billie Holiday” Trailer
Vanessa Kirby, em “Pieces of a Woman” Trailer
Frances McDormand, em “Nomadland – Sobreviver na América”
Carey Mulligan, em “Uma Miúda Com Potencial”
Melhor ator
Chadwick Boseman, em “Ma Rainey: A Mãe do Blues”
Gary Oldman, em “Mank”
Steven Yeun, em “Minari”
Anthony Hopkins, em “O Pai”
Riz Ahmed, em “Sound of Metal”
Fontes: NIT, Imagem - Oscars, Imagem - Passadeira vermelha, Imagem - Início da cerimónia com Regina King, Imagem - Elenco de Nomadland – Sobreviver na América, Imagem - Youn Yuh-jung e Leonardo Dicaprio